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Ás mulheres portuguêsas
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educação e pela existencia só de luxo e egoismo — não podem fornecer os elementos comprovativos para a nossa these.

Um dos muitos axiomas fabricados para satisfação da nossa vaidade, e que transmitimos gostosos pelo prazer de nos iludirmos e pela preguiça em nos emendarmos, é a conhecida frase — que faz comover sentimentalmente os mais áridos corações — a mulher portuguêsa é uma bôa mãe.

Ora se olharmos a maternidade apenas como a funcção animal de conceber, ter o filho, amamentá-lo e cuidá-lo materialmente, nos primeiros três ou quatro mêses da sua existencia, a mulher portuguêsa é, realmente, uma bôa mãe.

Tudo a predispõe para isso. A bondade natural da nossa raça, essa bondade passiva feita da indolencia atavica de sangue oriental que nos anda nas veias; a belleza efemera, quasi toda feita da frescura dos poucos annos e da delicadeza das linhas que a maternidade ainda não engrossou; o esmagamento duma longa série de gerações em que viveu no recolhimento freiratico da antiga vida portuguêsa,