perâmos vêr realisado em breve no nosso paiz. Porque, ao lado de muitos que usam a caridade mirabolante como orchidea de fantasticas fórmas para espanto das gentes rastejantes, ha lucidos espiritos que fazem o bem pelo bem, como um dever, como um simples acto de justiça.
Porque dever, porque justiça, é pensar nos que têm fóme, nós que nunca lhe sentimos os tormentos; é pensar nos que são ignorantes porque não têm maneira de se educar, nós que nascemos num meio em que nos instruimos sem querer; é pensar nos que sofrem vendo os filhos fenecer e morrer por falta de alimentação e higiene, nós que podemos criar os nossos em melhores condições.
É pensar em todos os que sofrem, sem razão para sofrer, — só porque o acaso os faz nascer num pobre albergue em vez de casa rica ou remediada — mas não para lhes dar a esmola que deprime e desmoralisa, que habitúa o espirito aos favôres do acaso, e que é injusta porque obedece ao arbitrio individual, mas para dar sem distinção nem favôr, a todos, porque todos