Nova dose veio aumentar a minha satisfação na tarde seguinte: esta chegava do norte.
Seu correspondente da Bahia taxa-me de feiticeiro, e naturalmente já se deleita com meu auto de fé. — « Em todos os países os misticismos de Erasmo tem trazido para os espíritos vertigens e desvairamentos. Erasmo reduzindo todo um edifício a pó pretende reedificá-lo? Com que materiais?»
Também nesta carta há anteriormente uma reticência à palavra perigosas... Aí sem dúvida mergulhou o prudente escritor o monstro, que desta vez para guardar a cor local, deve ser algum caramuru. Não o afundou tanto porém, que se não veja ainda a sombra terrível.
Encheu-se a medida ao contentamento que transbordou. É para expandi-lo que dirijo esta carta ao meu sempre generoso adversário, principal redator do Diário.
E já que a palavra outra vez caiu da pena precise-se a intenção em que foi desde o começo empregada. Somos neste momento adversários porque estamos em posições opostas, e temos rumos ponteiros.
O coração entusiasta do nobre redator caminha do presente para o futuro; leva os olhos no horizonte límpido que douram os raios de sua inteligência. Já perlustrei esta senda; desando-a agora.
Venho do futuro para o presente; da aurora para a noite; tudo é triste e árido.
Mas a ambos nos impele a mesma nobre aspiração, a liberdade. O jovem lidador marcha à sua conquista nas regiões encantadas; o desiludido alvanel esforça arrancá-la das ruínas que a obstruem. É natural que o malho do operário alua muito pardieiro, que a arma do campeão perpassa e desdenha.
Desponte a luz porém, onde quer que seja, do seio de suas esperanças, ou do fundo do meu desencanto, ela nos reunirá, espero em Deus. Já não seremos adversários.
Torno à minha satisfação.
Estes ecos da imprensa, partidos de vários pontos e condensados