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A menina conhecia a todos da casa e no entanto não era conhecida de nenhum dos presentes. Quem seria?

— Quem é você, menina? perguntou dona Benta, meio desconfiada.

— Não me conhecem? tornou a desconhecidazinha com todo o espevitamento. Pois sou a Cléo!...

Foi uma alegria geral. Não havia ali quem não conhecesse de nome a famosa Cléo, que falava pelo radio e de vez em quando escrevia cartas a Narizinho dando idéas de novas aventuras.

— Viva, viva a Cléo! exclamaram todos numa grande alegria.

— Pois é, disse a menina sentando-se em cima da mesa, cá estou para os conhecer pessoalmente. Desde que li as primeiras aventuras de Narizinho fiquei doida por entrar para o bando tambem. Móro em São Paulo, uma cidade muito desenxabida, com um viaduto muito feio e uns bichos fardados de amarelo, ainda mais feios, passeando pelas ruas. Enjoei do tal S. Paulo e vim morar aqui. Fiquem certos duma coisa: o unico lugar interessante que ha no Brasil é este sitio de dona Benta.

Todos mostraram-se contentissimos. Dona Benta, entretanto, disse:

— Mas veiu em má ocasião, Cléo. Imagine que justamente hoje o sitio vái ser atacado por um exercito de onças e iráras e cachorros do mato...

— Otimo! respondeu ela. Um dos sonhos da minha vida sempre foi ser atacada por um exercito de

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