se no abandono d'alma, entregue toda ao inocente prazer.
Quando a flor desfolha vai-se o aroma, vem o fruto. Há na mulher enquanto a maternidade a não santifica, um quer que seja de frívolo e infantil, perfume de puerice, que exala de toda a sua pessoa. Ainda o estame não abriu.
Assim, naquele instante era Inesita uma criança: de moça se tornara menina; brincava entre os braços de seu cavalheiro, como outrora folgara no regaço materno. Nem já lembravam-lhe as justas, os enlevos e sustos que sentira. Seu mundo ali estava no bailo: dançava.
Sua beleza em repouso era para a deslumbrante formosura que lhe dava a agitação e movimento do bailo, como a sombra para a luz: cintilava. Na ondulação das formas, na flexibilidade do talhe e no gesto que desatava em meneios graciosos, havia irradiações esplêndidas.
Estácio aproximou-se, e ela não o viu.
O moço tinha espinhos a pungir-lhe dentro d'alma.
O cavalheiro de Inesita era Fernando de Ataíde. Cada vez que o dançarino, executando a figura do bailo, travava da mão da menina ou enlaçava-lhe a