era outro o caso; a menina levaria decerto a mal qualquer ato de violência contra seu namorado; e o prudente caseiro não se julgava habilitado a obrar, sem ordem expressa da dona.
Firme nessa resolução, fechou o postigo, fez desaparecer os vestígios da ceia, foi direito à câmara da aia, a quem mandou acordar a viúva. Esta pressentindo um acontecimento extraordinário, se ergueu e compôs logo.
— Que há, Batista?
O caseiro contou quanto sabia.
— Julgais que ele ainda ali esteja? perguntou a dama depois de ouvi-lo friamente.
— A não ter saído enquanto vim prevenir-vos.
— Pois ide e guardai a janela. Dizeis que não é um ladrão; é um ladrão, vos afirmo eu, ladrão de minha honra e sossego! Tratai-o como tal!
Batista voltou; D. Luísa tomando uma adaga na antiga armadura de seu marido, erguida ao lado da sala, dirigiu-se, ela só, para o quarto de sua filha.
Elvira e Cristóvão sentados no estrado repetiam ainda uma vez as juras e doces protestos de eterno amor, quando a menina viu pelo espelho do trumó o lado oposto da tapeçaria que afastavam, e o vulto