galgava a ladeira de Nazaré para entrar na cidade, depois de uma ausência de dois meses gastos em correria pelo sertão. O capitão de mato deixou o seu bando arranchado no recôncavo, e demandando a cidade, tomou o caminho tão trilhado da casa da viúva do José Tendeiro, que morava para as bandas de Santa Luzia.
Mariquinhas esperava-o. Partindo, João lhe dissera:
— Guardai-me as janeiras, Mariquinhas!
E ela cumpriu com o prometido. Apesar da festa, deixou-se ficar em casa à espera do amigo. João achou já posta a mesa da ceia com dois talheres. No que lhe era destinado estava um pequeno saquitel de seda escarlate cobrindo uma relíquia, a que o vulgo dava o nome de bentinho e atribuía a virtude de salvar de todo o perigo quem o trazia com fé e devoção. O relicário da moça era preso a um cordão de ouro e continha um pedaço do santo lenho da Cruz, envolto em cabelos seus.
Mas a natureza desse invólucro não se via, nem se havia de saber. Era segredo dela para Deus. Não valiam aqueles fios como prenda ou mimo a João, senão como satisfação que se dava a