— Que foi?
— Adivinha!
— Que há de ser?... Por força um doce!
— Um doce, sim; mas que doce?
— Ora, dos que sabes fazer.
— Olha!... disse a rapariga tirando um objeto do avental.
Era um coração de alfenim, colocado no centro de um fartem apetitoso.
Gil arremessou-se a ele.
— Bravo!...
A mulatinha porém retirara a mão a tempo, e levantando o braço, e suspensa nas pontas dos pés ou girando sobre si, apresentava a Gil a gulosina que logo furtava para de novo oferecer-lhe. O apetite excitado, e também a contrariedade e a travessura, faziam o esperto pajem saltar de uma à outra banda para arrebatar o doce.
— Já agora não o pilhas, Gil!
— Assim não vale! exclamava o menino. Se foges...
— Não fujo, não; mas juro que o não hás de ter.
— Pois juro-te eu que o hei de tomar, custe o que custar.