alferes chasqueando; menos que servisse de chamar a gente.
— Mas se é sua virtude mágica essa!...
— Embora, a mágica não anda tão avessa do que é, pois sempre ouvi, que para o dinheiro dão as fadas uma bolsa encantada, para a comida uma toalha de mesa, e assim o mais.
— Ora!... fez a mulatinha com um muxoxo. Nas mãos de quem sabe, tudo serve não só para o que é feito, mas para o que se deseja.
A voz de Joaninha tomou um tom vibrante:
— A prata foi feita para gastar-se, e tantos que a aferrolham. O agrado mandou Deus que fosse dado de coração, e não falta quem o merque. E para não ir mais longe, essa espada que aí tendes à cinta, senhor alferes, é ferro de talhar, o que não vos impedirá de amanhã, quem sabe, coser a estocadas o peito de vosso inimigo!... Também aquela agulha, que ali tem a doninha, é ferro de bordar, e quem quisesse escreveria com ela. Mas tudo isto é nada, pois com esta palha que aqui vedes, querendo eu, vos farei uma bilha como a que levou Raquel à fonte onde a encontrou Jacó!
O engenho com que a mulatinha meneou o seu