para sair, começou com D. Ismênia uma tal e tão longa ladainha, que foi um Deus nos acuda. A língua da alfeloeira movia-se com rapidez igual à de suas mãos sutis; ela se erguia e ajoelhava outra vez; cobria e descobria os balaios; parecia realmente mordida de uma tarântula. Nunca se viu uma garrulice semelhante!
Inesita bordava agora com sofreguidão. Seu irmão se erguera, e esperando a saída de Joaninha, abaixara os olhos para o tear:
— Esta é a faixa que me destinais de mimo, D. Inesita? Que lhe pondes aí?
Foi lívida como um lençol e com a voz sumida que a menina respondeu:
— Bordo a tenção!...
— Qual ela é?...
Interveio Joaninha que estava alerta:
— Tendes já o vosso abanilho, senhor alferes? Mas não! Vos enganastes; outro é! Há de estar aqui entre estes.
Assim falando, a mulatinha fez um estenderete de abanos sobre o tear de Inesita; insinuou-se ligeiramente entre a menina e o irmão; e deu de rosto a este que se fosse. Como hesitasse ele, se sairia, a alfeloeira debruçou-se no tear e recolheu