O cavalheiro seguiu com o menino para a oficina.
Bem se conhecia pela expressão de sua fisionomia aberta, que em vez de irritá-lo, a travessura de Vilarzito o divertia.
— Viva, mestre!... disse o cavalheiro entrando, D. Miguel de Cervantes Saavedra tem a honra de saudar o primeiro pintor de Sevilha, D. Francisco Pacheco.
O mestre inclinou-se:
— A honra é para D. Francisco Pacheco, pois recebe em sua casa o valeroso Capitão de Lepante, o mais glorioso poeta e escritor de todas as Espanhas.
— Aqui vos trago, mestre, o vosso aprendiz, que achei apresentando-vos em figura de gato e a mim de jumento.
— Não sei já o que faça, D. Miguel de Cervantes; a menos de lhe cortar pé e mão, não há poder com ele.
— Quereis vós um conselho, ainda que não pedido?
— Embora, será melhor agradecido.
— Deixai-o dar pasto ao seu gênio. Há de sair daí alguma coisa. Vossa arte, mestre,