A frente da tal casa era ocupada pela tia Eufrásia, mãe de Anselmo, que aí tinha sua tenda aberta durante o dia; à noite, por uma escada de mão encostada ao muro do pátio, ou ela ou o filho penetravam na sala pela água-furtada, para servir aos jogadores quando careciam de qualquer coisa. Estes entravam pela taberna a título de beber, e ninguém podia suspeitar do fim que realmente os trazia.

Assim, graças à engenhosa combinação, a tavolagem do Brás não o podia comprometer porque não fazia parte de sua casa; a tia Eufrásia e o Anselmo seriam, no caso pouco provável de devassa, os que pagariam as custas; mas em compensação disso, boas contas faziam eles ao taberneiro pelo serviço que lhe prestavam.

D. José deitara sobre a mesa a bolsa pesada dos quinhentos cruzados, e esperou a sua vez de tomar cartas. Seus parceiros eram todos da melhor fidalguia da cidade, moços e cavalheiros, que esbanjavam o patrimônio de seus pais, e também alguns velhos encanecidos no vício.

O taberneiro voltando à varanda, encontrou um mestiço encostado ao balcão e resfolgando como quem trazia longa caminhada: