— Ai, senhor! Que novas me dais do pobre moço?... Pois é certo que o prenderam?...

— Certíssimo! Mas isso que vos aflige tanto, é porque o estimais?...

— A igual de pai ou irmão, ou de um com outro!...

— Por bem dele, seríeis capaz de arriscar a vossa vida?

— Mas sem dúvida! Não fazia senão o que ele já fez por mim!...

— Quando isso?...

— Uma tarde que andávamos no mar, veio uma chalupa que nos pôs a canoa em frangalhos e atirou-nos de catrâmbias pelos ares. A terra nos ficava três tantos como daqui à Vitória. Pois o moço não empurrou para mim o uru que ele tinha agarrado, e começou a nadar valente atrás da chalupa?...

— Ah! ocultou-me essa circunstância!... murmurou o advogado enternecido.

Voltando-se para o mar onde se erguia o castelo, mandou seu pensamento beijar a fronte do mancebo por aquele ato de abnegação, como pela modéstia e nobreza com que o calara, narrando a história de seus amores.