aqui; saltei na canoa de Esteves, que andava apregoando seu peixe por essas ruas, e toca a remar. Ele está ali dentro, disse eu fazendo as minhas contas, e há de me ouvir e dar algum sinal. Pus-me a cantar umas trovas que ele me ensinou, rodeando por bem perto do castelo, como quem não queria a coisa, mas com o olho vivo e o sentido alerta!... Vai senão quando eu bispo uma coisa, assim a modo de farinha, caindo na canoa; olho para cima: eram uns torrões de caliça que atiravam de dentro por uma fresta estreitinha que não é capaz de caber esta mão fechada!... Então eu vi que era ali que ele estava!...

— Só por isso?... perguntou o advogado abanando a cabeça.

— Não vê que eu havia de deixar as coisas em dúvida; para me certificar bem, calei a boca, não cantei mais; as bolinhas também pararam. Torno eu a cantar por baixo da fresta, e não só a caliça a cair, mas um assobio que não me engana, ainda que quase se não ouvia pelo marulho forte!...

— Agora sim! Mas, pirralho, se tu soubeste isto há dois dias, por que não me foste logo dizer?...

O pajem fitou no velho um olhar petulante: