e nenhum outro senão uma suspeita sobre os projetos da Companhia. É certo que o segredo ficara entre o Geral Cláudio Aquaviva e ele P. Molina, entre um abismo e um túmulo. Mas o visitador sabia por experiência própria que o espírito humano é dotado de uma espécie de faro moral, capaz de perceber ao longe fatos de que não há notícia. É por esse dom singular que a gente de uma cidade anuncia às vezes uma vitória ou um naufrágio, ao mesmo dia e hora em que ele tem lugar a centenas de léguas distante; o que fez dizer ao provérbio: voz do povo, voz de Deus, quando divulga o bem, ou do diabo, quando anuncia o mal.
Ora, pensava o P. Molina, era bem possível que embora do abismo profundo onde estava sepultado o segredo, não escapasse eco dele, contudo se levantasse algum ligeiro odor, que prurisse o fino olfato da diplomacia castelhana, discípula aproveitada da inquisição e do jesuitismo.
Cogitando destas coisas, dirigiu-se a toda a pressa para a Rua de São José.
O visitador não se enganava. Fora justamente essa a razão, que precipitara a partida do governador. Mestre Brás, quando visitara D. Francisco