em Lisboa, lhe falara do P. Gusmão, e comunicara algumas leves suspeitas que tivera. O astuto diplomata não desdenhara estas informações; todavia chegando a Madrid e sondando ali como em Lisboa a casa provincial, não percebeu coisa suspeita. Logo porém que veio-lhe ao conhecimento a partida do P. Gusmão de Molina para o Brasil, ele ficou inquieto. Sabendo do que pôde colher do prelado, ser essa partida ordenada de Roma pelo Geral, que desligara o professo da sua obediência à casa de Espanha, o governador não duvidou mais, e instando com o ministro, fez-se à vela ao cabo de quinze dias, que tanto se despendeu com o apresto da nau.
Se não fosse a demora da caça aos holandeses, talvez que D. Francisco de Sousa aportasse a São Sebastião antes do P. Molina.
Enquanto repicavam os sinos e ardiam no ar fogos de artifício para festejar a boa-vinda do novo governador, o P. Gusmão indiferente às demonstrações festivas, chegava à casa de D. Diogo, resolvido a satisfazer a exigência da quitação e receber o roteiro. Deixaria nas mãos do fidalgo um documento de sua falsidade; mas engendraria modos de reparar esse mal.