— Ha coisa melhor, declarou o doutor Caramujo. Ha siris! Para acordar uma creatura desmaiada não conheço nada melhor do que botar siri em cima. Tragam-me um siri!...
O principe gritou logo:
— Um siri! Meu reino por um siri!...
— Aqui está um, disse Rabicó, voltando-se de costas para o doutor Caramujo, muito contente de ter apparecido aquelle geito de se livrar do doido brinco da cauda.
O doutor agarrou no siri, tirou-o da cauda de Rabicó e applicou-o no nariz da Emilia. A boneca immediatamente deu um suspiro, abrindo os olhos.
— Onde estou eu? murmurou, ainda apalermada.
— Sente-se melhor? indagou o medico.
— Um pouco... Mas tenho a vista turva. Vejo tudo atrapalhado, como se o mundo estivesse cheio de pernas...
Eram as pernas do siri que ainda estava pendurado no seu nariz! O doutor riu-se e retirando do nariz della o "ether" de pernas guardou-o no bolso, dizendo:
— Um medico deve andar sempre prevenido!...
Terminado o incidente ia a festa começar de novo. Chegou o casamenteiro — outro Bernardo Eremita, muito respeitado no reino pelas suas manhas. Fora convidado não só para fazer o casamento como tambem para coroar o principe com a famosa coroa de rosquinha engastada de diamantes.
— Começa tudo do principio! gritou o principe.
E tudo recomeçou. As sereias repetiram os lindos cantos que já haviam sahido de suas lindas boccas e os noivos repetiram a marcha a passos lentos em direcção do throno nupcial. Emquanto caminhavam, uma chuva de perolas moidas cahia sobre elles.
Subiram ao throno. Sentaram-se. O venerando Bernardo Eremita pronunciou as palavras sacramentaes e os casou