VII — O DESASTRE
Voltaram de braços dados, Narizinho aborrecida com o berro da vacca e o principe a se queixar de palpitações do coração. Assim que alcançaram o terreiro novo susto veio aggravar o seu estado de saude. Ouviam-se dentro da casa gritos e choradeira.
— Que terá acontecido? murmurou a menina apprehensiva.
Largou do principe e foi correndo, com o presentimento dalguma grande desgraça.
— Que é? Que aconteceu? gritou logo ao entrar.
Não obteve resposta. Todos estavam chorando e não deram attenção á sua pergunta. A menina olhou espantada para os personagens presentes, dirigindo-se á cozinha em seguida. Lá encontrou tia Nastacia, tambem chorando.
— Que é? Que aconteceu, tia Nastacia? perguntou afflicta.
A negra respondeu, enxugando as lagrimas:
Nem queira saber, Narizinho! Antes vá-se embora...
Como a menina insistisse, a negra não teve remedio — contou.
— Pois imagine que Miss Sardine, desde que o principe chegou, metteu-se aqui na cozinha e não sahiu mais. Remexeu em tudo, provou o sal, o assucar, e até cahiu no pote de pimenta do reino. Eu salvei ella, dei um banhinho nella e puz alli naquelle canto para seccar. No começo, emquanto a pimenta estava ardendo, ficou muito sossegada. Mas depois que a ardidura passou, principiou a reinar outra vez. Eu estava sempre avisando: "Não mexa ahi! Não chegue perto do fogo! Não seja tão reinadeira que de repente acontece qualquer coisa para mecê!"
Mas era o mesmo que estar falando para aquelle pau