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A PENNA DE PAPAGAIO

Grande Berreiro! Correria! Desmaios das damas! Quem é? Quem foi?

Fôra obra do Penninha.

— Bravos! exclamaram os meninos. Isso é que se chama boa pontaria.

— Eu tambem acertei uma cuspidinha nelle! disse Emilia.

Aquelles enthusiasmos só serviram para attrahir a attenção das féras.

— Fujamos emquanto é tempo, gritou Penninha. O leão já nos farejou aqui e está lambendo os beiços.

Não foi preciso mais. Os meninos botaram-se montanha abaixo.


IX — PRISIONEIROS


Na corrida Penninha encontrou-se com o burro, que tambem ia fugindo, e pulou-lhe ao lombo. Isso fez que os outros se distanciassem delle e se perdessem no matto.

Andaram, andaram, andaram e por fim entraram, sem o saber, no paiz dos macacos. Assim que transpuzeram as fronteiras desse reino, varios guardas lhes cahiram em cima e os enleiaram com cipós. Em seguida os levaram á presença de Sua Majestade Simão XIV, que os cortezãos chamavam o Rei-Sol, porque quando Simão apparecia todas as caras se illuminavam de sorrisos.

— Majestade, disse um dos guardas, aqui trazemos á Vossa Sublime Presença estes quatro viajantes que pilhamos atravessando as fronteiras sem passaportes.

— E' mentira, senhor rei! berrou Emilia. Eu tenho passaporte, sim. Olhe aqui — e abrindo a canastrinha, sempre nas costas do visconde, tirou de dentro o celebre alfinete de pombinho, mostrando-o ao rei.

O Rei-Sol examinou com a maior attenção aquelle ob-