Terminada a festa, Narizinho disse:
— E agora, Pedrinho?
— Agora, respondeu elle, só falta a viagem de nupcias.
Mas a menina estava cansada e não concordou. Propoz outra coisa. Puzeram-se a discutir e esqueceram de tomar conta da mesa de doces. Rabicó aproveitou a occasião. Foi-se chegando para perto das cocadas e de repente — nhoc! deu um bote na mais bonita.
— Acuda os doces, Pedrinho! berrou a menina.
Pedrinho virou-se e, vendo a feia acção do pirata, correu para cima delle, furioso. Agarrou o inspector de quarteirão e malhou-lhe uma inspectorada no lombo.
— Cachorro! Ladrão! Marquez duma figa!...
Rabicó deu um berro espremido e disparou pelo campo, mas sem largar a cocada.
Foi um desastre. A festa desorganizou-se e Emilia chorava e esperneava de raiva.
— E' isso! Eu bem não estava querendo casar com Rabicó! E' um typo muito ordinario, que não sabe respeitar uma esposa.
Narizinho interveio e consolou-a.
— Isto não quer dizer nada. Rabicó é meio ordinario, não négo, mas com o tempo irá creando juizo e ainda acabará um excellente marido. Depois é preciso não esquecer que elle qualquer dia vira principe e faz você princeza.
Mas Pedrinho, que estava damnado com a feia acção de Rabicó, estragou tudo, dizendo:
— Principe nada, Emilia! Narizinho bobeou você. Rabicó nunca foi nem será principe. E' porco e dos mais porcalhões, fique sabendo.
Emilia, quando ouviu aquillo, cahiu para traz, desmaiada...