gentes. Além de Moysés, ha outro sacerdote, Salomão, tão devoto, que é o hhassidim...
Foi nesta synagoga, indicada por um negro falacha, cuja origem vem dos tempos de Salomão e da rainha de Saba, que eu assisti ao peisan.
— Oh! elles são bons e se protegem uns aos outros, dlizia o negro assombroso. A vida do judeu pobre é a do pouco comer, do pouco gosar, do muito soffrer. Agora, fizeram a Irmandade de Protecção Israelista.
Eu olhava a turba colorida, a serie de perfis exoticos, de caras hespanholas e arabes, de olhos luminosos brilhando á luz dos lampadarios. Havia gente morena, gente clara, mulheres vestidas á moda hebraica de tunica e alpercala, mostrando os pés, homens de chapéos enterrados na cabeça, caras femininas de lenco amarrado na testa e creanças lindas. O hhasan, paramentado, lia solemnemente e toda aquella exquisita illuminação de baldes de vidro, fazendo halos de luz e mergulhando n’agua translucida as mechas das lamparinas, aquelle lustre, onde as luzes ardiam, eram como um visão de sonho estranho.
Emquanto o hhasan lia, com os pés juntos, sem mover siquer os olhos, com uma voz acida tremendo no ar, todos tinham nas faces sorrisos de satisfação.
As cidades serão destruidas a ferro e fogo se não festejarem este dia do mez de Hadar. Nós festejamos. E deante das lampadas, para aquelle punhado de judeus, a historia desenrolava a maravilha de Assuero, que reinou desde a India até á Ethiopia sobre cento e vinte cidades. Era Suza, a capital maravilhosa, Esther suare e candida, substituindo a rainha Vashi,