cobrisse a sedução com as flores do amor, e perfumasse essa cena com as emanações de um coração puro, aspirando as primeiras delícias da vida; então não influiria a angústia e a aflição que eu desejava produzir no espectador, vendo a filha abandonar a casa de seus pais.
Quanto a cena do 4.º ato, é a mais moral da minha comédia; é talvez a única que tenha bastante força para fazer estremecer uma alma gasta e insensível às emoções; é o melhor lance do meu drama, e eu não o cortaria sem estragar a obra.
A moça, que tem chegado à última miséria e à última vergonha, lançando com horror os olhos sobre o passado, delirando com a febre que a consome, é despertada de repente por um ébrio que entra e lhe fala; ela o repele, ele quer abraçá-la; a cena esclarece-se, e a filha e o pai se reconhecem.
Nem uma palavra, nem um gesto duvidoso revelam que se vai passar um fato escandaloso; além de que a circunstância de jogar-se a cena à beira da rampa, a descoberto, em face de todos os espectadores, devia tranquilizar aqueles que não julgassem o autor, o empresário e os artistas homens faltos de senso.
Mas o grande argumento resume-se na seguinte interrogação: — O que se ia passar?...
Eu respondo, como responderam todos os que