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Fernanda torceu as mãos com desespero: levantou-se e em pé diante da filha ajoelhada, dice com voz repassada de colera ou de dor:

— Miserável!.... deshonraste-nos ?

Emiliana ergueo a cabeça e ao mesmo tempo resentida e confusa, orgulhosa e envergonhada, respondeu sem soluçar, mas cahindo-lhe em bagas as lagrimas:

— Levarão-me á casa da traição e ahi me abandonarão!.... ao annuncio do desmaio e do perigo de meu pai, minha mãi esqueceu a filha que ficava só, pelo marido que longe era levado, e nem reparou que me deixava sem sentidos.... não me queixo disso.... o abandono em que me achei foi exigido por outro dever....

E elevando tambem a voz, bradou por sua vez:

— Mas porque agora me condemnão?

Fernanda abria o coração ás queixas e increpações que fazia á filha; ainda porem em tom severo, perguntou:

— E depois?....

Emiliana respondeu, fallando com os dentes cerrados:

M. MANT. V. II.
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