ATH E NA f ?... QUIETAÇÃO OU REINCARNAÇÃO?... A Morte o que será?... E que será morrer?.. E não obstante o Todo vive e tudo acaba Escombro de uma vida exhausta que desaba, ou Vida que se extingue e torna a reviver?... Mas, seja como fôr, a Morte é uma aldraba que bate a toda a hora á porta do viver, é o homem pensador, consciente no prever, até mesmo no fim a vida menoscaba. Que será, pois, morrer?... De todos os mysterios é sempre o mais fecundo, o que enche os cemiterios, unico e natural direito que nós temos; injusta punição que soffre o innocente do crime de viver, porque a Causa immanente a tudo impoz a Dôr, e á Dor não deu extremos. SHYLOCK Saúdo ó Natureza! o braço de Harpagão com que tentas cobrir a falsa omnipotencia, o braço que, na ceifa, empregas sem clemencia, derrubando a seára até chegar ao chão. E, renovando a vida, impelles o embryão a formar-se, a soffrer, sem dó nem condolencia, a dôr que lhe impuzeste em sua propria essencia, para de novo a morte ser o amphytrião. E quando dizes, com o teu desdem algente, Olhae a minha serva a cobrar, sorridente, tributo que se paga e nunca fica pago», enthesouras assim, soffregamente avara, a trabalhosa messe, o fructo da seára, no subito prazer de um repentino trago. II