o gado, cantava suavemente, fazendo que renascessem com a maior glória os antigos varões, de quem repetia os mais cadentes versos. A noite se recolhia o molhado a se reparar ao fogo, ou a descansar com Delmetra; e naquela tranqüilidade de espírito considerava mais rica, e suntuosa a choupana que os palácios, que havia deixado em Tebas; nem desejava mais que aquele maior bem de seus males, tendo por mui difícil chegar à suspirada pátria; que sempre os trabalhos fazem agigantando qualquer pequeno descanso. Delmetra, que era tida por mãe de Belino, consolando-se de tão boa companhia, e ignorando as obrigações, que lhe acresciam para esse fim, esperava acabar naquela Aldeia os poucos anos, que lhe restassem de vida. As Pastoras, querendo imitar o canto de Belino, se exercitavam em seus inocentes festejos. Delmetra juntamente animava aqueles divertimentos, tomando à sua conta o instruí-las; com o que viviam todos contentes, tornando-se os recreios em escolas de civilidade, economia e recato.

Celebravam-se as bodas de Learco, pastor velho, com a bela pastora Olímpia; e como havia causado a todos admiração a cega obediência, com que Olímpia se conformara com a vontade de seus pais, determinaram festejar três dias aos desposados. As pastoras vestidas de finíssima