No logar em que a cova fôra aberta, já nada mais se via. Denunciava-a, apenas, um monticulo de terra e areia, junto ao horrendo muro da Prisão, e um pouco de cal viva, afim de que o Réprobo tivesse um sudario...

Aquelle Desventurado tem uma mortalha, como bem pouca gente póde desejar. Lá em baixo, bem no fundo do páteo de um Presídio, elle jaz, nú, completamente nú, para sua maior vergonha, envolto num lençol de chammas.

Pelo tempo adiante, a cal devorar-lhe-á a carne e os ossos. Durante a noite, roerá os ossos rijos; e, de dia, a carne tenra. A cal viva come successivamente carne e ossos. Mas, tambem, devora sem cessar o Coração.

LXI