que fosse santa, mas lhe desagradavam as penitências, que não lhe eram ocultas; alegrava-se com vê-la praticar alguns atos de virtude, cheios de piedade, mas lhe insinuava, mas lhe pedia que se não mortificasse. Muitas vezes ia surpreendê-la, e então lhe arrancava das mãos ensangüentadas os instrumentos da penitência! Outras vezes pagava a pobres mulheres, que viviam de esmolas, para lhe contarem histórias durante a noite, a fim de lhe dissipar a melancolia e desviá-la de seus exercícios religiosos. Então a contrariada menina, sem proferir a menor palavra de descontentamento, sofria com paciência; e tornava-se imóvel no seu leito para ver se a deixavam na suposição de que dormia.

Tinha ela adquirido a resignação nas graves enfermidades por que passara desde a idade de onze anos. Caiu uma vez tão gravemente enferma, que recebeu os sacramentos da extrema-unção. Sem esperança de vida, tocava os paroxismos da morte; deram-na por desfalecida; cuidaram de seu enterro, mas sua irmã, que como ela tinha o coração abrasado da fé, beijou-a, revocando-a a existência; chamou-a como que da eternidade, e Jacinta abriu os olhos cheios de cera da vela benta, que tinha entre as mãos geladas, abriu-os e fitou-os como que ressuscitada. Sofreu ainda outras muitas enfermidades, cujas curas foram o seu martírio. Ficava muitas vezes em estado cataléptico, sem que pudesse dizer o que tinha; derramava