maior parte de soldados de além-mar, procuravam lisonjear o amor-próprio do seu general, levando-o a não ceder; os brasileiros reagiram e os dois partidos acharam-se em hostilidade aberta no meio das ruas da cidade, entre as habitações dos seus pacíficos moradores, que ficaram expostas a todas as calamitosas vexações da guerra civil.
O dia 19 de fevereiro foi um dia de luto para a cidade da Bahia; as tropas portuguesas, logo ao amanhecer, se derramaram pelas ruas e praças, e cometeram toda a casta de depredações; atacaram os quartéis onde se abrigavam as tropas liberais, e conseguindo entrá-los travaram braço a braço, peito a peito, uma luta feroz e encarniçada, uma luta de morte; e o saque foi geral, nem sequer pouparam as sagradas jóias da capela da Senhora do Rosário, ricamente paramentada, que existia dentro do aquartelamento do extinto 1º Regimento de Linha.
Já não guerreavam com as armas belicosas; soldados grosseiros, estúpidos e desenfreados, armados de alavancas, como um bando de salteadores, faziam saltar as portas, penetravam nos santos templos, roubavam as sagradas jóias, violavam as casas, profanavam o santuário sagrado de famílias inofensivas, e levavam o desacato ao seio das virgens. Tudo sacrificavam à sua brutalidade, à sua concupiscência, à sua avareza, e, bárbaros, assassinavam a mãe, que apertava ao peito o fruto de suas entranhas, cravavam o ferro tinto do sangue ainda fumante