nos coraçõezinhos de seus filhos! As tripulações dos navios portugueses vinham também juntar-se à soldadesca e adjudá-la em suas crueldades.
Estas cenas de sangue aterraram a população pacífica, e o general Madeira, frio e impassível como Nero, contemplava-as com um sorriso satânico. Animados os seus soldados com a sua tácita aprovação, renovaram os horrores, redobraram de atrocidades. Entre tantas profanações restava intacto o asilo sagrado das esposas de Deus, das virgens votadas ao culto do Senhor, e o grito tremendo, horrível, sacrílego: “Aos conventos!” partiu dentre eles, e seus olhos ávidos de ouro e de sangue se voltaram para o mosteiro da Lapa. Que silêncio, apenas interrompido pelo compassado ruído de seus passos, precede a bárbara tempestade!...
A madre Joana Angélica, senhora baiana, digna, por suas virtudes, por seus conhecimentos e por suas qualidades, da estima pública, tinha merecido o acatamento e a veneração de suas irmãs, que a escolheram para dirigi-las. Toda a cidade da Bahia apontava para o mosteiro da Lapa, como o asilo de virgens sem nodoa, e falava com orgulho de sua madre abadessa.
Essas virgens votadas ao culto do Senhor estavam prostradas ante os altares, subiam suas preces ardentes e fervorosas, levavam seus rogos a nossa mãe comum, e pediam a sua intervenção na causa da pátria, que se pleiteava nas ruas da cidade, quando as portas estremeceram e caíram