a morte, que lhes ofereciam os conquistadores, à sorte dos escravos, que lhes destinavam, que para eles era o pior de todas as afrontas. Os prisioneiros saudavam com júbilo o sacrifício; ouviam com alegria o som do trocano, o grande tambor, cujo convocar de guerra chamava homens e mulheres, velhos e moços, e ainda as criancinhas. As velhas com os fatais alguidares, e todos eles vestidos como para solene festa, armados como para o combate, se lhes aproximavam. Revestidos os prisioneiros de toda a coragem, assoberbavam a morte; ligados à muçurana, corda dos sacrifícios, tendo na cabeça a cangatara, essa carocha de plumas, e vendo as fogueiras, encaravam os inimigos com desprezo e recebiam tranqüilos o golpe da tangapema, essa maça rude e pesada, que os prostrava sem vida.
Amavam a dança, dedicavam-se à música, e a poesia era cultivada a seu modo por algumas tribos mais favorecidas da natureza e sobretudo pelos tamoios, que habitavam o Rio de Janeiro, e pensavam ter nas águas do Carioca a inspiração, e pois como as do Hipocrene as águas de tão afamada fonte ganharam celebridade por todo o Brasil; a sua língua poética e harmoniosa mereceu ser cultivada pelos jesuítas, que nela compuseram cantos místicos, que arrastavam inteiras tribos à civilização.
Sem religião, tinham apenas idéia da Divindade pelo conhecimento, que lhes inspirava essa potência excelente,