grande, maravilhosa, que era Tupã, mas sem templo e sem culto. Ela se lhes revelava no relâmpago com tupaberaba, e lhes bradava pela voz do trovão como tupaçununga. Tinham idéias de espíritos maus pelo horror de Anhangá ou Jurupari, que afugentavam com fogueiras acesas em suas tabas ou com fachos quando caminhavam nas trevas da noite, como se fossem vampiros. Maraguigana, Macaxera e Curupira eram outros demônios, cuja aparição terminam buscando apaziguar-lhes a cólera com presentes e ofertas, que enterravam no lugar da fatal aparição. Tinham apreensões vagas, que os jesuítas procuravam destruir, afrontando-as, e eles atribuíam a sua vã realização à santidade e pureza dos padres. Acreditavam na imortalidade da alma, que não sabiam separar da matéria, já vendo-se, segundo a metempsicose, metamorfoseados no saci, já depositando sobre a sepultura dos seus mortos os necessários aprestos para a sua viagem de além-túmulo, talvez remotas reminiscências de sacrifícios, cujos vestígios lhes conservou a tradição. Nos Campos Alegres, como no paraíso maometano, esperavam delícias em recompensa dos feitos de bravura, obrados na guerra, e de intrepidez, assinalados na caça das feras, que enchiam as florestas.
Acreditavam nos seus profetas, esses sacerdotes e curandeiros, que tudo isso eram os seus pajés e caraíbas. Eles lhes pressagiavam dias de ventura, prometendo-lhes o cultivo das roças sem trabalho, e que suas enxadas