esse nome de Monte Pascoal, que em respeito ao oitavário, lhe pôs o capitão-mor da famosa esquadra; era essa terra, que tão bela e majestosa surgia como por encanto do sepulcro do sol, e que mereceu ser chamada Terra da Vera Cruz; era esse porto, onde as naus ancoravam e onde pagava Cabral no nome que lhe dava, a segurança, que ele lhe oferecia.
Neste século tão transcendente pelos seus descobrimentos geográficos, imprimia a religião o seu cunho em todos os acontecimentos extraordinários; assim Cabral, tomando posse da nova terra para a coroa portuguesa, contentou-se com hastear uma cruz, apoiada no escudo das quinas, simbolizando em seus abertos braços a conquista pacífica da terra, que descobria. O incruento sacrifício da missa santificou as praias, manchadas pelo sangue da antropofagia, como outrora o sacrifício do homem Deus remiu a Terra do pecado da desobediência do primeiro ente, e a voz divina do Evangelho troou das praias de Porto Seguro às extremidades de um império, que repousava nas entranhas fecundas de três séculos.
Despachando Gaspar de Lemos em uma de suas naus, enviou Cabral a seu rei a nova do descobrimento, e, saudando pela última vez a terra, que descobrira, aproa para o Oriente, e abre as suas velas às brisas do Oceano.
A notícia do descobrimento encheu o reino português de alegria, e sucessivas esquadras foram enviadas para o reconhecimento de suas costas e magníficas baías.