penhores, que lhe faziam palpitar o coração de amor por esta terra americana, que já era também o berço de seus filhos, e cuja grandeza inspirava-lhe a alma, como que criada para nobres empresas.
O tempo da tirania passara; o século décimo nono tinha nascido bafejado pelo gênio da filosofia e da liberdade; bem depressa o brado da liberdade retumba na Península Ibérica; a explosão passa o Atlântico e percorre, não como um eco longínquo, mas como uma faísca elétrica, que se comunica de província em província à capital do novo império. O reino irmão exigia uma constituição, e proclamava-a e o Brasil, acendendo as suas proclamações, anteviu na carta constitucional o auto da sua independência.
A adesão, que encontrava em todas as classes da sociedade brasileira o grito heróico da mãe-pátria, achava nos conselhos do rei uma contrariedade tenaz que se apoiava nas velhas crenças trazidas de além-mar; mas a alma grande do príncipe D. Pedro I gostava de seguir os impulsos generosos, e as simpatias nacionais encontraram nele o alvo, que tanto necessitavam para marchar de um passo firme à conquista da emancipação nacional.
A elevação do Brasil à categoria de reino unido ao de Portugal e dos Algarves, alguns anos depois da trasladação da sede da monarquia para as plagas americanas, foi um verdadeiro anacronismo, pois deveria sê-lo no momento, em que se abriram