na margem ocidental da nossa magnífica baía. O fundador da monarquia americana, o dador da imortal carta constitucional, tão grande nas crises, por que passara o império diamantino, não nivelou-se aos pigmeus da revolução de abril; desceu os degraus do trono com o esplendor, com que o havia subido, e depondo o diadema imperial sobre a cabeça de seu augusto filho adormecido no berço, e deixando-lhe o cetro entre os brincos da infância, recomendou-o à generosidade de um povo, que sempre amara e por quem se retirava saudoso, como D. Luís de Vasconcelos, quando gravara na pirâmide de granito aquela singela mas eloqüente expressão: A saudade do Rio!
“Eu me retiro”, escrevia ele na sua circular, “eu me retiro para a Europa, saudoso da pátria, dos filhos e de todos os meus verdadeiros amigos. Deixar objetos tão caros é sumamente sensível, ainda ao coração mais duro; mas deixá-los, para sustentar a honra, não pode haver maior glória. Adeus pátria, adeus amigos, adeus para sempre!”
Que grandiosa, que nobre abnegação! Um trono, uma pátria, seus filhos, tudo ele sacrificou ao desencadeamento de uma revolução, que podia trazer aos brasileiros as calamidades horríveis e sangüentas da guerra civil!...
Pedro Álvares Cabral, descobrindo o Brasil, abriu de novo aos mares e às brisas as velas de suas naus, deixando-nos apenas sobre a praia uma cruz tosca mas sublime, símbolo da fé do Novo Mundo;