alvura de seu rosto como pela espessura e comprimento de sua barba, e conduziram-no para a sua aldeia.
Segundo os costume dos bárbaros era o náufrago seu prisioneiro, e devia servir-lhes de pasto nos seus festins antropofágicos; gozava, porém, o mísero cativo de certas homenagens até a aproximação do dia fatal.
Luz, porém, a boa fortuna de Diogo Álvares que com ele fossem rejeitadas pelo mar armas e pólvora, que recolheu cuidadosamente; era o céu que lhe confiava no seu temível mosquete o raio que devia subjugar os seus senhores, e dar-lhe um predomínio absoluto sobre os seus ânimos. Explica-lhes a serventia de seu instrumento bélico, e prova-o com o exemplo que tem nas suas mãos a punição de seus inimigos que lhe ousem fazer o mais pequeno dano; e o tiro disparado do mosquete, cujos projéteis vão abater a ave que paira nos ares, enche de assombro os selvagens, que fogem espavoridos bradando na sua língua: Caramuru! Caramuru!
Esse nome na sua linguagem pitoresca e poética era bem cabido ao homem que eles tinham visto sair como que do meio das ondas com o seu terrível mosquete; pois por esse nome conheciam uma espécie de moréia grande, de dez a doze palmos de comprido, armada de dentes venenosos que inoculam a morte por meio da mordedura. Desde então, tomou-se Diogo Álvares o verdadeiro Caramuru, o ente sobrenatural que devia guiá-los à vitória nas guerras que pelejavam de contínuo