de suas malocas. O governador e capitão-general José de Almeida e Vasconcelos Soberal e Carvalho que lhe dera o sobrenome de Moçamedes, denominação de seu baronato, fez construir casas com bonita aparência, entre as quais colocou um palácio de recreio para os governadores, consumindo enormes somas em tais construções, um tanto suntuosas, relativamente à sua localidade.
Elevava-se a aldeia sobre uma colina dominada pela serra Dourada, légua ao norte do ribeirão da Fartura, braço direito do rio dos Pilões, que também o é do rio Claro. Em frente à igreja, de elegante frontispício, com suas duas torres, ao sul de espaçosa praça, levantava-se a habitação dos governadores com seu pórtico coroado das armas reais. Quatro torreões erguiam-se nos cantos da praça e os mais edifícios que a circulavam eram térreos, de construção regular. Por detrás da habitação dos governadores via-se um jardim de alguma extensão, regado por um ribeiro, cujas águas foram em parte desviadas para o serviço do engenho de fiar.3
Numa dessas habitações térreas residia Damiana da Cunha,4 neta desse principal submetido de tão bom grado ao jugo da civilização, que tantas comodidades lhe apresentara; ali cresceu à sombra da cruz; ali casou-se com um brasileiro que depois abraçou a vida militar5 e de tal modo se conduziu na prática das virtudes, que mereceu não só o respeito extraordinário dos