tinha compreendido a sua missão; a fé a guiava aos duros sertões, abria-lhe o caminho para as tabas indianas, e o caiapó até ali indomável e altivo da sua liberdade bravia, dobrava a cerviz às palavras insinuantes, cheias de amor, de caridade e de esperança, de uma mulher cara pelo sangue, que lhes pulsava nas veias.
Quatro vezes os povos da província de Goiás correram à aldeia de São José de Moçamedes para presenciar a sua entrada à frente de centenas de índios, arrancados às brenhas, e que vinham submissos gozar dos frutos da civilização e da paz, e quatro vezes a nobre neta do cacique recebeu em ovações estrondosas a prova do apreço de seus importantes serviços, depois de tantos meses de peregrinações e trabalho.
No ano de 1808 entrou ela com setenta e tantos índios caiapós de ambos os sexos; vinha do sul dos sertões do Araguaia; essa cena repetiu-se em 1820, sendo o número dos índios quase o mesmo.10 O vigário Inácio Joaquim Moreira e seu sucessor Filipe Néri da Silva lançaram a água do batismo sobre essas cabeças acurvadas pela fé à civilização.11
Foi por esta ocasião que ela teve a honra de receber sob o seu teto a visita de Auguste de Saint-Hilaire. Preparava-se então para essa segunda entrada, e como o distinto viajante duvidasse do bom êxito do seu projeto, ela lhe respondeu cheia de confiança: “É preciso que eles