E, feito isto, ficava realisado o grande sonho britannico: — posse absoluta da estrada das Indias; John Bull fazendo sentinella a todas as portas succesivas que conduzem ao seu imperio do Oriente: á entrada do Mediterraneo, Gibraltrar e o seu rochedo inexpugnavel; no Mediterraneo, Malta e Chypre, duas ilhas, dois collossaes depositos de guerra: á entrada do canal, Port-Said; ao fim do canal e á bocca do Mar Vermelho, Suez; á beira do Golfo Persico, Aden; e d’ahi por deante as suas esquadras varrendo os mares...
Deante d’esta esplendida opportunidade se achou a Inglaterra, depois das carnificinas de Alexandria; e, tendo logo declarado officialmente o Egypto em anarchia, sem perda de um momento, começou a armar-se.
E, no meio de tudo isto — a Europa? Oh! a Inglaterra convidava, com bellos ademanes de desinteresse, a Europa a partilhar com ella a honra de pacificar o Egypto! Mas sabia bem que nenhuma das potencias moveria um soldado: nem mesmo a França, que tinha uma frota na bahia de Alexandria e collaborára nas manifestações platonicas; a França, governada por uma democracia burgueza que enriquece, e tornada toda ella uma vasta casa de negocio, não quereria por cousa alguma perturbar aquella paz tepida e doce em que amadurece o Milhão.