outr’ora o mosteiro, onde o irmão de Percival, uma noite, da janella da sua cella, viu passar n’uma nuvem côr de rosa, entre aromas de junquilhos, o vaso do Santo Graal cheio de sangue de Nosso Senhor Jesus Christo. E das varandas da sala de jantar, podiam avistar-se em dias claros, lá ao longe, na costa, e entre as rochas, as ruinas d’esse castello de Tintagil, que apparece em todas as balladas do rei Arthur, negro e triste junto ao mar de Cornwall.
A côrte começou a reunir-se cedo, á hora do lunch, no grande salão branco, sobre o jardim. Era o filho dos Birds quem esplendidamente recebia, vestido de rei Arthur. O primeiro personagem da lenda que chegou, acompanhado pela sua governante, foi o feiticeiro Merlino, um adoravel bébé, gordo e embezerrado com a corôa de hera, uns cabellos louros e umas enormes barbas propheticas enchendo-lhe a bochecha côr de rosa. Depois, seguidos das mamãs, vieram entrando todos os outros figurões da romantica chronica, cavalleiros de cinco annos armados e emplumados, mongesinhos nedios, bispos quasi de mama com os seus baculos nos braços, bardos rabugentos, mesteirais vestidos de seda, e fadas mais lindas que as fadas. As tres rainhas mysticas do Walhalla chegaram por ultimo, gravesinhas, todas tres pela mão, cobertas de véos negros, escoltadas por um grande lacaio empoado.