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CARTAS DE INGLATERRA
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Tambem, como elles o adoram, o bom Claus! E apenas elle chegar, como correrão todos, em triumpho, a puxal-o para o pé do lume, a esfregar-lhe as decrepitas mãos regeladas, a offerecer-lhe uma taça de prata cheia de hidromel quente — que elle bebe d’um trago, o glutão! Depois abrem-se-lhe os alforges. Quantas maravilhas!...

Mas d’estes personagens que apparecem pelas consoadas, o meu predilecto é Father Christmas — o papá Natal.

Esse, porém, só póde ser admirado em toda a sua gloria, quando se abre a sala da ceia: então lá está sobre o seu pedestal, ao centro da meza — que lhe põe em torno, com os crystaes e os pratos, um amavel brilho d’aureola caseira. Bem vindo, papá Natal! Boas noites, papá Natal!

O respeitavel ancião, com o seu capuz até aos olhos, todo salpicado de neve, as mãos escondidas nas largas mangas de frade, o olho maganão e jovial, esgarça a bocca n’um riso de felicidade sem fim, e as suas enormes barbas de algodão pendem-lhe até aos pés. Todas as creanças o querem abraçar, e elle não se recusa, porque é indulgente.

E quanto mais a ceia se anima, mais o seu patriarchal riso se escancara; as bochechas reluzem-lhe de escarlates, as barbas parecem crescer-lhe, e alli está, bonacheirão e veneravel, com a importancia de