— O gabinete?... mas tão atravancado... e tão apertadinho!...

— Dá-se-lhe um jeito! Arranja-se! contanto que o nosso homem não deixe de vir; porque, Loló, lembra-te de que é "um filho único, com muito dinheiro e tolo!" Hoje não se encontra disso a cada passo!... Se perdermos a ocasião, duvido que apareça outra tão boa! Enfim, resumiu ele — eu já fiz o que tinha a fazer; o resto é contigo! Fala à Amelinha, mas fala-lhe com jeito, tu sabes! — pinta-lhe a coisa como ela é!... e não te esqueça de arranjar o gabinete. Até logo, tenho ainda que ir à rua, mas volto daqui a pouco.

Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no "futuro", disse-lhe que "uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico".

E tocando-lhe intencionalmente no queixo:

— Anda lá, minha sonsa, que sabes disso tão bem como eu!...

Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.

Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir.

Às vezes tinha vontade de acabar com isso. "Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham