Mme. Brizard sabia que fazer! E ainda a suporiam criança?... ainda teriam medo de qualquer asneira de sua parte?... Pois então que se lembrassem da questão do Pereirinha!

Pereirinha foi um dos primeiros hóspedes de Coqueiro. Rapaz bonito, perfumado, muito prosa. Amélia representava para ele a mesma inocência em pessoa, só lhe falava de olhos baixos, voz sumida, o ar todo candura e vexame. Pereirinha jurava-lhe uma paixão sem bordas, fazia-lhe versos, tocava-lhe nos pés por baixo da mesa, e, depois do jantar, quando os mais se alheavam no egoísmo da saciedade, ele a fitava tristemente, pedindo, com os olhos fosse lá o que fosse. Pois bem, ela a tudo isso correspondia com muito agrado, submetia-se resignadamente a todos esses requisitos do namoro vulgar, mas... um belo dia em que o pedaço de asno do Pereirinha quis ir adiante, Amélia aconselhou-o sorrindo a que primeiro a fosse pedir em casamento ao irmão.

E, quando se convenceu de que o tipo não queria casar, disse-lhe abertamente: "Ora, meu amigo, outro ofício!"

E Coqueiro sabia de tudo isso, tão bem como a própria Amélia — para que, pois, aqueles escrúpulos ridículos e amoladores?...



Só à noite, à costumada palestra em torno da mesa de jantar, lembraram-se de que o dia seguinte era de grande gala.

— Ó diabo! considerou Coqueiro. — E eu que podia ter dito ao Amâncio para vir amanhã! Escusávamos de esperar até domingo. — Ora, senhores! onde diabo tinha eu a cabeça!...