Paula Mendes e a mulher, Lúcia e o marido, e o tal sujeito de nome esquisito. Só! Aos domingos, então, fica-se em completa liberdade, porque jantam fora quase todos. — Vês, pois, que em parte alguma estarias melhor do que aqui!...

— Mas, filho, observou Amâncio — teus quartos estão todos ocupados!...

O outro respondeu com um risinho. E, depois de ligeiro silêncio, passando-lhe um braço nas costas:

— Tu, aqui, não quero que sejas um hóspede, mas um amigo, um colega, um filho da família, uma espécie de meu irmão, compreendes? São dessas coisas que se não explicam — questão de simpatia! Conhecemo-nos de ontem e é como se tivéssemos sido criados juntos; em mim podes contar com um amigo para a vida e para a morte!

E, estacando defronte de Amâncio, olhou para ele muito sério, dizendo em tom grave:

— E acredita que isto em mim é raro! Pergunta aí aos meus colegas se sou de muitas amizades; todos eles te dirão que ninguém há mais concentrado e metido consigo. Mas, quando simpatizo deveras com uma pessoa, é assim, como vês, trago-a para o seio de minha família e trato-a como irmão!

E, descaindo no tom primitivo da conversa:

— Se ficares aqui, como espero, verás com o tempo a sinceridade do que te estou dizendo! É que gostei de ti, acabou-se.

Amâncio jurava corresponder àquela amizade, mas, no íntimo, ria-se de Coqueiro, que agora lhe parecia tolo, e cujo casamento com a francesa velhusca o tornava, a seus olhos cada vez mais ridículo.

Ao passarem pelo salão concordaram que aquilo era uma excelente lugar para um "boa prosa".