intactos de meias listradas, os de lenço barrados de seda, os colarinhos de todos os feitios, as gravatas de todas as cores. E não acondicionava uma peça sem afagá-la, sem lhe passar por cima as mãos abertas.

— O rapaz estava provido de tudo! disse em voz baixa. E, depois, acrescentou alto, rindo: — Podia até casar se quisesse!

— Falta o principal... respondeu ele.

— Que é? acudiu logo Amélia.

— A noiva! explicou o moço, olhando intencionalmente para a rapariga.

— Deve estar à sua espera no Maranhão... volveu ela.

E abaixou os olhos com um movimento de inocência, muito bem feito.

— Não vê! exclamou a velha. — Então um rapaz desta ordem deixava as meninas da Corte para amarrar-se a uma provinciana?... Seria de mau gosto!

— Não sei por que, retorquiu Amâncio, ligeiramente escandalizado. — Na província há senhoras bem educadas, muito chiques!

— Sei, sei, perfeitamente, disse Mme. Brizard, evitando contrariá-lo. Sei que as há... mas é que o Sr. Vasconcelos tem elementos para desejar muito melhor! Seria pena que um rapaz tão perfeito não escolhesse uma noivazinha comme il faut. — Bonita, instruída, que soubesse entrar e sair numa sala, conversar, fazer música, recitar, servir um almoço, dirigir uma soirée. Além de que, meu caro senhor, as provincianas, em geral, saem muito mais exigentes do que as filhas da Corte.

E, como Amâncio fizesse um ar de espanto:

— Sim, porque a fluminense, habituada como está na capital e familiarizada com os bailes, com os espetáculos do lírico, com os passeios, já se não preocupa com essas