Dormiu mal; os sonhos não o deixaram em paz.

A princípio, todavia, foram agradáveis: ternos episódios de amores fáceis que se encadeavam confusamente, e nos quais as sensações vinham e fugiam de um modo incerto e deleitoso; depois os sonhos maus, os pesadelos.

Nestes, as mulheres entravam por incidente, sempre duvidosas; vultos sinistros, de cabelos desgrenhados, rosto lívidos, surgiam em torno dele e iam-se aproximando, até lhe ficarem cara à cara, num contato frio e incômodo de carne morta. Depois sonhava-se em casa da família, voltando, porém, justamente do baile de Melo: tinha muita necessidade de repouso, queria continuar a dormir, mas a voz ríspida do pai berrava por ele da porta do quarto: "Anda daí, mandrião! Basta de cama! Vê se queres que eu te vá buscar!" E aquela voz terrível dava-lhe a todo o corpo tremor de medo, e, ao estrondo que ela fazia, vultos cor-de-rosa, e cabelos louros, fugiam espavoridos, como as rãs que se atiram na água, assustadas pelas presença de um boi.

Amâncio queria também fugir, mas suas pernas pareciam