Dr. Tavares que se deixasse daquilo "por amor de Deus!". Doutro lado Coqueiro também lhe suplicava que se calasse.

Mas o demônio do homem já não se podia conter. As palavras borbotavam-lhe da língua, como o sangue de uma facada. Fez imagens poéticas sobre o casamento, citou nomes históricos, e jurou, à fé de suas convicções "que aquela desventurada criatura precisava de um esposo, mais do que as flores carecem do orvalho; mais do que as aves carecem do ar; mas do que os cérebros carecem de luz!"

E, erguendo as mãos trêmulas, recuou dois passos e foi dar de encontro ao copeiro que, por detrás dele, embasbacado, o escutava atentamente, com a bandeja do café nos braços, à espera de uma ocasião para apresentar as xícaras.

Mme. Brizard assustou-se, o gentleman deu um salto para não sujar as calças; rolou ao chão uma garrafa, e César, o menino sublime, vendo que os mais velhos faziam tanta bulha, também se pôs a berrar.

Coqueiro gritava que se acomodassem por piedade.

— Aquilo não tinha jeito! Parecia haver ali uma súcia de doidos! Oh!

A mucama acudiu da cozinha, e Amélia, com um lenço amarrado na cabeça, apareceu na porta de seu quarto, muito intrigada com o motim. Só Pereira continuava, inalteravelmente, a comer pedaços de pão; é verdade que abriu os olhos duas vezes, mas tornou logo a fechá-los e, segundo todas as probabilidades, adormeceu.

Amâncio tratou de aproveitar a confusão para fugir da varanda.

— Que espécie de gente esquisita!... dizia ele a caminho do quarto. — Nada! Aqui ainda estou pior do que na casa do Campos!