— Ah! fez Mme. Brizard — já não me lembrava disso. O Sr...

— Lambertosa, minha senhora. Lambertosa...

— Sr. Lambertosa é então de opinião que o casamento convém às enfermidades nervosas?...

O gentleman concentrou a fisionomia, limpou o bigode ao guardanapo, ergueu uma faca, e principiou a emitir o seu judicioso e meditado parecer.

Surgiram logo as contendas. Lúcia marcou a página do livro de capa roxa e olhou muito séria para os outros, pronta a dar a sua réplica. Mme. Brizard, enquanto os mais discutiam, tamborilava com os dedos sobre a mesa, a fitar um queijo de Minas, com um gesto profundo e repassado de filosofismo. Pereira comia consecutivos pedaços de pão, sem abrir os olhos, e Amâncio procurava uma evasiva para se escafeder.

Afinal, Coqueiro, que havia já formado um grupo à parte com Dr. Tavares, quis fechar a discussão; mas o advogado ergueu-se de súbito, segurou as costas da cadeira, arregalou os olhos, e desencadeou a sua eloquência.

Em pouco, só ele falava, esquecido, como de costume, do lugar e da situação. Imaginava-se já num tribunal, em pleno exercício de suas funções.

Pintou floreadamente o lamentável estado de Nini. Qualificou-a de "vítima inocente dos impenetráveis caprichos de Deus"; descreveu a dolorosa expressão do semblante da "infeliz moça"; disse que os olhos dela falavam a misteriosa linguagem do amor, e, quando se dispunha a dar afinal a sua esperada opinião sobre o casamento, a pobre enferma, muito vendida com o que vociferava o tagarela a seu respeito, abriu a soluçar estrepitosamente.

A francesa ergueu-se, de mau humor, para pedir ao