A enferma não fez caso e apertou-lhe os pulsos; seus dedos pareciam tenazes. Amâncio debatia-se brutalmente, ouvindo-a bufar, muito agoniada, e sentindo-lhe de vez em quando o suor frio do pescoço e do rosto.
Na sala de jantar serenara a discussão; só a voz de Tavares ainda se destacava. De repente puseram-se todos a chamar por Nini.
— Olhe disse-lhe Amâncio. — Lá dentro a estão chamando! Vá! Vá!
Ela, nem assim.
— Ora pílulas! resmungou o estudante, desprendendo-se com um empurrão. E ganhou o quarto, puxando a porta sobre si.
Ouviu-se então o baque surdo do corpo pesado de Nini, que foi por terra; em seguida gritos muito agudos.
Correram todos para a sala de visitas; acenderam-se os candeeiros. Nini escabujava no chão, a gritar, esfrangalhando as roupas e mordendo os punhos.
Coqueiro e Mme. Brizard apoderaram-se logo da infeliz. Amâncio apareceu com um frasquinho de vinagre; Lambertosa receitou uma dose homeopática e correu ao quarto em busca da botica (a homeopatia era uma de suas paixões); Lúcia voltou para a varanda. "Que a desculpassem, mas não podia assistir, a sangue frio, a cenas daquela ordem... Não estava mais em suas mãos!"
Pereira já se havia levantado da mesa e ressonava na costumada preguiçosa.
Lúcia, ao passar por ele, atirou-lhe um olhar de tédio e disse consigo:
— Olha que estafermo!...
Ela às vezes tomava-lhe grande nojo, não o podia ver com aquele