O demônio da criança parecia disputar o seu quinhão de vida com uma persistência desesperadora.

Nasceu afinal, no quarto de um português na Fábrica das Chitas, entre os cuidados mercenários do locandeiro e o obséquio de alguns amigos, que Lúcia fora conquistando com as simpatias de seu talento musical.

O diabinho pouco durou, felizmente. Desapareceu uns trinta dias depois de ter vindo ao mundo. Morreu mesmo na rua, quando os pais, dentro de um carro de aluguel, fugiam aflitos da Fábrica das Chitas para uma casa de pensão na Rua do Catete.

Cora encarregou-se de atirá-lo ao mar. Ninguém viu. Seriam duas horas da madrugada e as brisas marinhas pulverizavam no ar um chuvisco miúdo, de fevereiro.

O menino fora muito franzino e muito mole; saíra o pai, Pereira. Durante o seu pobre mês de vida só abriu os olhos uma vez, ao expirar.

A casa de pensão do Coqueiro era a sexta que Lúcia percorria com o suposto marido. Apresentavam-se sempre como casados; ele muito tranquilo de sua vida, feliz; ela inquieta, sôfrega pelo tal sujeito, que com tanto empenho procurava.

Quando constou a Lúcia que Amâncio era rico e atoleimado, uma nova esperança radiou-lhe no coração.

— É agora!... disse.



E preparou-se para o combate.

Foi por isso que o estudante recebeu, no dia seguinte ao baile do Melo, aquele ramilhete, tão falsamente atribuído a Hortênsia, e porque, uma semana depois outro ramo, bastante parecido com o primeiro, se achava às