nas suas contas, e os donos da casa não viam muito certo o recebimento.
Catarina, assim que soube de semelhantes considerações, desceu em três pulos ao primeiro andar e, atravessando-se defronte de Coqueiro, com as mãos nas ilhargas, gritou-lhe, refilando as presas:
— Repita você o que teve o atrevimento de dizer a meu respeito e a respeito de meu marido! Repita aí, se for capaz, que lhe mostro já para o quanto presto, seu cara de fome!
João Coqueiro, muito pálido e com o lábio superior a tremer, exclamou que "sua casa não era Praia do Peixe"; que ele não estava habituado "àqueles banzés"! Quem quisesse dar escândalos que fosse lá para o meio da rua, que se fosse entender com as regateiras!
— Regateiras e regateiros são vocês, corja de gatunos! replicou a outra.
Mme. Brizard, que por essa ocasião, ainda no quarto, enfiava as botinas, acudiu logo, um pé calçado e outro não, e, com tal fúria avançou contra a mulher de Paula Mendes, que Amélia, Coqueiro e Nini não a puderam conter.
As duas atracaram-se.
Os hóspedes, que estavam em casa, acudiram todos igualmente. Houve bordoada, gritos, palavrões. Nini teve um ataque de nervos.
O ilustre Lambertosa levou vários empurrões e caiu contra uma cesta de ovos, que o copeiro acabava de pousar no chão, para socorrer às senhoras.
E, no meio de toda esta desordem, destacava-se a voz sibilante do advogado Tavares.
— Calma, senhores! calma! bradava ele. — Calma por quem sois! Esquecei-vos de que a única arma do